Dor Lombar

Informações sobre a dor lombar.

Manipulação Osteopática

A utilização da manipulação osteopática para o tratamento da lombalgia é aceite pela comunidade médica. Existem cerca de 42.000 médicos osteopatas credenciados nos EUA, o que perfaz cerca de 5% da população médica total. Nem todos os médicos osteopatas praticam tratamento manipulativo, embora alguns médicos alopatas o façam.

Os médicos de medicina osteopática (DOs) utilizam uma abordagem holística que coloca ênfase na premissa de que a estrutura e a função do corpo estão interrelacionadas e que os problemas que afectam um órgão afectam igualmente outros. A utilização das mãos para o diagnóstico através da palpação e para as várias terapêuticas manipulativas representa apenas um dos muitos instrumentos do seu arsenal médico. Os DOs podem realizar terapêuticas manipulativas para uma grande variedade de situações clínicas como tratamento adjuvante, mas a manipulação da coluna de qualquer forma representa frequentemente a principal (mas não necessariamente a única) abordagem para as lombalgias, particularmente as de natureza aguda.

Os médicos osteopatas reconhecem uma relação próxima entre as vértebras e o sistema nervoso autónomo. Os reflexos viscero-somáticos e somato-viscerais são bons exemplos dessa relação. O termo disfunção somática foi criado para representar o complexo que inclui alterações locais na circulação, tensão muscular e outros efeitos que resultam de restrições segmentares vertebrais. Ao restabelecer o posicionamento vertebral normal, a terapêutica manipulativa osteopática (TMO) ajuda a restaurar a homeostase nestes sistemas afectados, resultando numa redução dos sintomas. Para além dos seus benefícios neurofisiológicos, foi demonstrado que a manipulação pode reduzir as protusões dos discos, afectar as endorfmas, aumentar o limiar de dor e produzir a lise das ligações cruzadas anormais do colagénio. Finalmente, os benefícios psicológicos são reconhecidos, presumivelmente devido aos efeitos do contacto físico e do toque humano. Embora a manipulação esteja frequentemente associada a “forçar e provocar crepitações” da coluna do doente, a maioria das mobilizações são realizadas de forma suave. Encontram-se disponíveis muitas abordagens diferentes da TMO para uma determinada região do corpo. O método a ser empregue pelo profissional é mais frequentemente determinado pelas características do doente e pela preferência e experiência do médico. São usados mais de 100 procedimentos diferentes, vários dos quais para a lombalgia.

Até recentemente, foram realizadas poucas investigações sobre a manipulação osteopática para a lombalgia crónica. Num ensaio significativo recente, 178 doentes com dor persistindo durante mais de 3 semanas mas menos de 6 meses foram distribuídos aleatoriamente, recebendo 72 doentes uma terapêutica médica padrão (AINEs) isolada e 83 doentes uma terapêutica manipulativa osteopática para além dos AINEs. Os resultados foram avaliados através de escalas de dor e de medições da mobilidade. Não foi observada uma diferença estatisticamente significativa nos resultados entre os dois grupos no período de 12 meses do estudo; ambos melhoraram e mais de 90% dos doentes de ambos os grupos ficaram satisfeitos com os cuidados. No entanto, os autores do estudo salientam que grupo do tratamento osteopático requereu menos medicação.

As questões da relação custo-eficácia referentes a este estudo são objecto de debate. Por exemplo, o grupo osteopático teve até 8 consultas para tratamento. O número típico de consultas de cuidados primários de saúde para uma lombalgia crónica seria de 2. Essa diferença de 6 consultas é muito mais dispendiosa do que a prescrição dum AINE genérico.